sábado, 17 de janeiro de 2009

Cantar às estrelas…

Imagem 1 (da frente para trás) - Pedro Manaças, Rafael, Nini, João Cassinelo, Helena Flor de Lima, Nuno, Tó Zé (Gongo), Gena e João (Farinheira) - Ano lectivo de 82/83.

Em 1982, quando entrámos para o DCA, o sismo tinha ocorrido há apenas 2 anos e Angra ainda se encontrava completamente devastada pelo mesmo.
A nossa vida académica prosseguia normalmente, de dia!
Mas à noite? Quando nos aprontávamos para estudar, éramos sempre interrompidos.
Era mesmo a energia eléctrica que nos pregava a partida, o que acontecia dia sim, dia sim!
Mas que aborrecimento, porque lá se iam os estudos!
Dentro das luxuosas instalações que tínhamos, nem pensar em ficar.
Os habitantes do Jurássico invadiam o Contentor, e era hora de delinear a estratégia para a noite. As freiras do Convento saiam de noite, somente em tais ocasiões. E os que moraram nas redondezas do largo da Igreja, logo se apressavam a aliarem-se a tal ajuntamento, e depressa se reuniam uns quantos.
Numa destas noites, certamente depois de ingestão de uma bebida feita de cevada, e como a fome já começava a ser anunciada, lá se arranjou uns enchidos, trazidos nas férias e ... mãos à obra!
Havia que dar luz e assar os enchidos! Onde?
Na rotunda da Igreja, claro, porque não tinha alcatrão!
Acto pensado, acto executado, e fogueira feita.
O João Cassinelo à viola, no seu improviso de letras dirigidas aos colegas, em estilo Blues, e uns quantos à volta, às ordens do maestro, com notas bem diferentes, mas que até nem se notavam nada!
E esta animação prolongou-se no tempo. Ninguém se pautava pelo relógio.
Estávamos nós em pleno auge da nosso merecido convívio, quando vimos surgir um carro com uma luzes a darem mesmo nas vistas!
As portas abriram-se num rompante e simultaneamente, e eis que surge a autoridade policial!
As palavras proferidas foram: “Dispersem-se, dispersem-se…”! E várias vezes foram repetindo esta frase, perante tão pacato grupo, que não ofereceu sinais de resistência. Até nem nos importávamos que connosco confraternizassem! E não sei se houve quem tentasse!
Mas tivemos mesmo que nos dispersámos do largo da Igreja, e lá fomos fazer pousio noutro local, já dentro dos portões da Universidade.
Agora imaginem o ano de 1983, com este cenário. É deveras hilariante!

Imagem 2 - Largo da Igreja em 1983.
PS. Marques, a foto 1 certamente que te trará boas recordações!

20 comentários:

Joaquim Marques AC disse...

Melhores recordações trazem as fotos que publico amanhã, Domingo!
Bjs Corisca!
P.S. A vida é curta mas eu tenho um pacto com o Diabo! Cuida-te!

Graciete disse...

Melhores recordações?
Bem, confesso que estou com curiosidade! Mas no DCA, não me parece!

MigBez disse...

O lar feminino do Jurássico, passou a zona de gabinetes na Idade Média. Este tb é o meu largo da Terra Chã (agora parece "NY", lol).
Neto Ávila reparou bem... Atentem à evolução das fotos desde o Jurássico "Inferior" até ao séc XXI. Vão desde o fantástico P&B, passando por cor "manhosa", boa cor, até digital "hiper mega ultra" (sem Floribela lol)...

AAACAUA disse...

Miguel,
FYI: não vejo, desde o ano passado, o Neto Ávila a reparar!

Graciete disse...

Miguel, estou como o Marques,
Onde anda o Neto? A mim não me chegou imformação nenhuma, nem via Rádio clandestina!lol

FYI: também ele andava lá pelo Jurássico a fazer das suas!

António Pedro Malva disse...

Quem pode esquecer tal rotunda?! E quem dela não tem histórias para contar?
Por mais que não seja, pelas horas passadas à boleia, na esquina da casa onde morava o Lourenço e o Paulo.

Miguel, tu és a pessoa certa para nos presentear com contrastes. Mostra-nos como está a rotunda agora.

Um abraço

Unknown disse...

Malva,
FYI: esqueceste-te de colocar FYI!

MigBez disse...

FYI: vou ver o que posso fazer por vós...

Unknown disse...

Ora aí está uma boa postagem, pois era esse o ponto de partida e chegada para quase todo o lado, pelo menos era o ponto de passagem.
Se queríamos ir ao Serafim - passavas por aí;
se íamos ao dominó à casa do povo, ou ver fut salão - passavamos por aí;
Angra - quase sempre por aí;
e à missa, eu tb passava por aí (sim, eu ia à missa)!
De facto é uma das memórias que qualquer um tem da terra chã, e posso dizer que... já fui muito feliz nessa rotunda!
Esclareçam lá uma coisa, que a minha memória anda fraca, o cemitério ainda não existia, ou é do lado esquerdo da casa paroquial?????

Graciete disse...

Jorge,

FYI: o cemitério já existia, pelo menos em 1982, e não me parecia recente!

Dina disse...

E não se lembram da dona desta casa da esquina... uma velhora de preto..debruçada no muro a coscuvilhar sobre o que se passava..akilo é que era uma "arredouça" como se diz aki em s. miguel..belo entretenimento para ela...ainda a tou a ver lá debruçada

Helena Flor de Lima disse...

Esta velhota chama-se Tia Amélia

Graciete disse...

Dina e Helena,
É verdade, a Tia Amélia era a "Torre de Controle" lá do sítio, como nós dizíamos. Uma figura muito popular, entre os alunos, com informações precisas!
Como não existiam telemóveis, havia quem lhe perguntasse pelos colegas, se já tinham ido para Angra, se já tinham vindo, se sabia onde estavam... não é assim Helena?
Vá, conta aí alguns detalhes, que eu sei que tu sabes melhor que eu.
Fico a aguardar.

Dina disse...

Voces sempre foram umas raparigas muito bem informadas. Melhor que as senhoras só mesmo aquele nosso colega do Pico, que além de conhecer todas as pessoas do Pico , pelo nome obviamante, tambem conhecia os seus respectivos cães...lol

Graciete disse...

Dina, o que te foste lembrar...
O nosso colega do Pico, que tão amigo era de nós, agora já não se lembra de nós.
Tantas "Nights"...!
Esqueceu-se de tudo! O que será que se passa?!

Carlos Solipa disse...

Foi nesta rotunda que atropelei o nosso colega Níger, com o táxi. Foi também nesta rotunda que o nosso colega Campelo caiu em cima da Gui num despiste de motorizada. Belas recordações nos trazes Graciete. Recordar é viver.

Graciete disse...

Solipa, eu sei que a ti te trazem boas recordações, porque as viveste comigo também.

Quanto à história do táxi, espero contá-la ... para recordares!
Sem dúvida que recordar é viver, e a prova é que estamos aqui a fazê-lo, pelas boas recorções que temos e que ficaram para a vida.
Mas os amigos, estes, são para sempre.
Beijinhos

Adelaide disse...

Pois também foi aqui que começou a minha 1ª aula de condução, e o salto do carro foi taão grande, que a Tia Amélia fugiu para dentro de casa!

ck disse...

é caso para dizer: "fui/fomos muitos felizes na esquina"
;0)

Graciete disse...

Adelaide e cK, fico contente pelas vossas memórias que este post vos despertou e ... fomos muito felizes na rontuda e a esquina!

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