domingo, 14 de dezembro de 2008

A PONTE



A Ponte da Humanidade está na mão de cada um, nos gestos que faz, nos seus sorrisos…
A Ponte da solidariedade está em dar mais do que em receber…
A Ponte do amor está na química dos seres…
A Ponte da discórdia está na ganância…
A Ponte da vida está no além…
A Ponte do Cristão está na devoção…
A Ponte da arte está na imaginação…
A Ponte aérea está nas mãos de um piloto…
A Ponte da esperança está na enxada de um camponês, na lanterna de um mineiro, nas rugas de um pescador…no sorriso de uma criança…
A Ponte está nas Lezírias, nas Maceiras, nas encostas nos Planaltos…
A Ponte está no olhar de uma criança, no discurso de um líder…
A Ponte das pontes está no segredo da alma, nas entranhas de cada coisa, na força divina, na aurora boreal, no Zénite, no Nádir, nos Antípodas, em cada Raça ou Religião, nas águas cristalinas que banham as costas continentais e as margens Insulares…
A Ponte está aqui e ali, perdida e achada na esquina mais remota ou na praça central…
A Ponte está sobre o rio e sob as águas… está na memória daqueles que ficaram!
A Ponte, a Ponte, a Ponte… a Ponte é omnipresente!
E a nossa Ponte, onde está?
Não sei!
A minha ponte está em tí
A Ponte está em todo o lado e… esta (?),… está bem perto!
Que as Pontes não caiam e o mundo permanecerá de pé!


In devaneios ao serão - Fotopoesia
Sais de Carvalho

15 comentários:

AAACAUA disse...

Jorge Rabiçais,

com a tua licença, e perante a eloquência do teu poema/devaneio ao serão, e das mensagens que ele contem, permite-me comentar com um escrito mais singelo, mas imbuído do mesmo espírito:

Relativiza, relativiza...
Deixa lá, não te apoquentes
Tu já sabias afinal
Que o ansiado encontro
Era o já esperado desencontro
Com a ponte pedonal
Suspensa entre as falésias
Do rio turbulento
Que te ocupa o pensamento.

Relativiza , relativiza...
Que este rio mais abaixo
Corre mansinho
Basta que sigas por outro caminho.


Joaquim Marques
01-08-2007

Unknown disse...

Marques,
os teus poemas são fantásticos e fico lisonjeado que um comentário aos meus devaneios seja feito por ti, dessa forma... por sinal uma das que mais gosto e admiro - a poesia!
Obrigado!

mascarenhas disse...

Rabiçais,


Eu te saúdo
A ti que te ergues sobre os abismos cósmicos
Imenso é na verdade o teu esplendor
Surges como um leão de duas cabeças
Deixa ouvir a tua mensagem poderosa
Cede a tua força aos que te aguardam de pé teimosamente

Eis que acabamos de chegar e nos misturamos
À multidão dos deuses que gravitam
Em teu redor oh sol
E logo cumprimos as ordens a que obedecem os teus
Servidores
Semeamos os campos
Tiramos água dos poços
Carregamos areia de leste para oeste
E na verdade como tu vivemos depois da morte
Do mesmo modo que todos os dias renasces da noite

E todos os que nos amam rejubilam
Ao saberem-nos vivos


Emanuel Félix

Unknown disse...

Mascarenhas,
singela forma de comentar!
Agredeço e retribuo, pois, a ponte, esta ponte é a nossa e a ti também te dedico a mensagem que ela encerra!
Bem haja!
Abraço

Graciete disse...

Jorge,
Porventura tornar-me-ei repetitiva, mas adorei este teu poema. Gostei, muito particularmente, da grande mensagem de vida que "as pontes" o fazem.
Elas estabelecem sempre uma ligação entre dois lados.
E o outro lado, que seja de alento, como tu tão bem o referes. É assim que a humanidade avança.

Carlos Solipa disse...

Estais feitos uns poetas do carvalho.Um forte abraço

Joaquim Leça disse...

Amigo Rabiçais,

Sempre no seu melhor!
"A ponte é uma passagem para a outra margem", já lá diziam os Já Fumega. Lembras(m)-te(se)?
Só uma achega, Rabiçais. Enxada é com x e não com ch.
Aquele abraço e quero mais!!!

Graciete disse...

Leça,
Já agora, uma achega. Eram os "JÁFU'MEGA". E quando me recordo deles, lembro-me sempre do "Pub do Quintanilha", pois era amplamente divulgada lá, quando estudava.

Unknown disse...

"bindes pra ki detetar errus urtugraficos e apressiar o puema?"
por exemples o solipa tb se enganou ao escrever Carvalho pois ele queria dizer carvalho....
Obrigado a todos, e agradeço como é óbvio as correções...
abraços!

Unknown disse...

"A ponte é uma passagem para a outra margem..." penso que é de Mário de Sá Carneiro, esse grande poeta!

Joaquim Leça disse...

Obrigado pela correcção, Graciete!

Graciete disse...

Jorge, quando se atravessa uma ponte, nem sempre a "outra margem" nos leva aonde queríamos ou devíamos!
Podemos vislumbrar-nos por uma miragem que não passa de um engano!
E quem sabe fazer o sentido inverso, encontrará, certamente e novamente, o seu caminho.

António Pedro Malva disse...

Jorge, depois de tão ilustres comentários, que posso eu acrescentar?

...da próxima usa a foto de uma ponte mais sólida (a Vasco da Gama, ou a António Salazar), pois se comparares a tua amizade a essa ponte, fico com algum receio! Dá idei de abanar muito.

um abraço

Unknown disse...

Querido Malva, esta ponte é centenária e já passou por imensas provações climatérias, por fúrias da população, pela oxidação dos metais, pela decomposição anaeróbia e a outra e, mesmo assim, permanece de pé!
Abana de facto mas não cai, tal como a minha amizade...

ck disse...

Ponte... Ponte... Só mesmo o Duarte e a bendita Bioquimica!!!
BJS
CK

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