É como nos vejo: um comboio a vapor, uma composição regional que liga o Sul ao Norte, o interior ao litoral, com paragem obrigatória em todas as estações e apeadeiros.
Viajando sem pressas, querendo chegar ao destino, descobrindo paisagens, reencontrando pessoas, amigos, colegas. Unindo vontades, persistentes, crentes.
Começamos na linha do Oeste, em direcção ao futuro, cá vamos!
Uns vão na locomotiva, outros à retaguarda guardam as memórias na carruagem das mercadorias, a maioria nos vagões do meio, uns revezam-se como revisores, outros na carruagem restaurante ... é uma gostosura! Já parámos em tantos apeadeiros, entraram tantos passageiros, outros tantos saíram para voltar a entrar mais adiante: a vida eléctrica de hoje nem sempre se compadece com viagens românticas, calmas, tranquilas onde "olhar para trás" parece dar mais força à locomotiva para avançar.
Cá vamos, um ano depois, e ainda nem chegámos ao Entroncamento!
*Publicado à revelia do autor!
13 comentários:
Nesse combóio onde a lembrança,
rasgada por nostalgia divina,
trocamos abraços desencontrados,
achados no meio da neblina.
Foi em combóio de amizade similar
que me achei e perdi no momento
em carruagens de franco soluçar
com amigos que guardo cá dentro
e mais adiante, em qualquer apeadeiro,
entrou um e outro depois, com esperança e vontade,
e a meu lado se foram sentando...
com diferenças se foi começando
o que por certo de mais verdadeiro
transporta esse combóio - a amizade!
Marques, deixaste-me de fora!
Se esta locomotiva liga o Sul ao Norte...não serve!
E as ilhas?
Não te perdoo!
Neste comboio não entro. Tenho dito!
Jorge, pois é! Também entraste no comboio, sem pensares, e esqueceste todos os ilhéus!
É no que dá ir atrás dos outros...
Graciete,
Quando terminarem a construção do túnel oceânico, vamos buscar-te!
Marques,
Não gostaria de lembrar-te mas, neste altura, estarás fossilizado no mesmo! Mas mesmo assim, valeu a intenção.
Acrescento apenas, aos colegas das locomotivas, que tenho, felizmente, quem não se esqueça que, de comboio...não chego a lado nunhum!
Uma mulher, com muita pressa, à bilheteira duma estação de caminho-de-ferro:
— Um bilhete de ida e volta, faz favor.
— Para onde? — pergunta o empregado.
— Para aqui outra vez, para onde havia de ser?
Adelaide,
Como a mulher era esperta!
É isso mesmo que eles querem fazer connosco!
Querem combóios rápidos tipo... TGV, votem no Sócrates...
E, Grace, qd se anda de combóio que remédio temos se não andar atrás dos outros, agora, quanto ao resto, bem... uma mensagem para ti... andas equivocada, aliás como a maioria dos outros que falam do que não sabem... há ilhéus que jamais se esquecem!
E nem sequer quero alimentar mais este combóio de vapor intermitente devido ao preço exorbitante do carvão...
Tendo em conta o plano de contingência da Gripe A, a distância entre os passageiros virados de frente tem de ser no mínimo de 1m ou então sentados em filas, de costas, uns atrás dos outros...
Jorge,
Felizmente que não temos comboios nestas ilhas...senão não tínhamos chegado a lado algum!
Os ilhéus são mais aventureiros e assertivos, porque sempre viveram com a natureza, quer com a sua beleza, quer com as adversidades das intempéries e catástrofes, tirando ensinamentos da mesma e souberam conciliar estas componentes. São grandes sabedores das ciências da terra, da vida, do mar, etc.
Possuem a serenidade das paisagens, a força e a determinação para enfrentar as adversidades!
E se continuasse daria uma postagem e...tinha o MB a censurar-me! Já me bastas tu!
Equivocada...não estou, com toda a certeza!
Marques e Rabiçais,
A comparação da viagem de comboio ao percurso deste blogue é feliz. Em cada visita que faço a este cantinho, "viajo" por entre amigos e colegas contemporâneos e de outrora que conheci aqui, graças a esta locomotiva.
Sem dúvida que "o que por certo de mais verdadeiro
transporta esse comboio - [é] a amizade!".
E já agora, porque não imaginar que esse comboio regional "que liga o Sul ao Norte, o interior ao litoral", passa pelas ilhas atlânticas lusas! Assim está melhor, não está?
Abraço
Leça e Graciete e demais residentes nas ilhas Atlânticas,
Não fostes vós, os únicos, a demonstrar estranheza pela não passagem do comboio regional pelas vossas paragens.
O Faroleiro das Berlengas, indignado, não aceita que no século vigente não tenha ainda sido construída uma estação lá no Ilhéu.
Eu, autor da postagem, apesar da metáfora, pensando bem, terei que me deslocar 25 Km até ao apeadeiro mais próximo, o que não é justo!
E eu fico também indignada pelo preço exorbitante que a SATA me cobra para me deslocar entre as ilhas e para o continente, e com que a TAP pede para transportar os que saem da Terceira, do Faial e do Pico. Mas como muitos dos viajantes são políticos, ou com cargos políticos nas nossas Secretarias, e são muitos, quem paga? Sou eu, não?
Pago para ter de sair da minha ilha e pago para eles andarem de ilha para ilha, irem para o continente e para o estrangeiro. E não é pouco!
E muito haveria para dizer…
Agora é que nem de TGV...
loooooooooool
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