domingo, 7 de dezembro de 2008

Um dia...

Em agradecimento aos colegas que colocaram na nossa sala palavras tão bonitas, correspondo com um escrito meu, de 2004, e que faz parte de um conjunto que se intitula "Inquietações do momento e/ou momentos de inquetação".

Um dia…

Um dia chega a ausência
suspensa na ternura
de uma certa idade.

Noutro dia chega uma carta
embrulhada em lágrima
de uma certa saudade.

Noutros dias,
chegam só outros dias.

E aos poucos…lentamente….
acreditamos que a rua não é da cidade,
que a casa não é da rua,
que a janela não é da casa,
que o sol não é do céu.

O mundo extravasou-se?
- Sim, fomos nós,

sem querer,

tirámos a tampa e o mundo começou a escorrer pelo universo.

9 comentários:

AAACAUA disse...

À Zita,
que, desde cedo, manteve a sua participação no blog ao nível da sua elevada sensibilidade.

Livro III Poema 49

Da história dos dias que passam
sucessivos e indiferentes
à crença que se forma nas mentes
tiro uma única lição:
o meu tempo não se rege pelo tempo
nem os dias que se mascaram em noites de escuridão
fazem dessa parte do tempo
o tempo da minha expiação.

Joaquim Marques
http://joaquimmarques.blogspot.com

MigBez disse...

DCA - Dep. Ciências... começo a achar que o "A" é de Letras. Parabéns a todos.

Graciete disse...

Zita,
Gostei do teu poema. Parabéns!
Além do mais, quero congratular-te pela coragem que tiveste em publicares um dos teus poemas.
Como sabes, também aprecio a poesia, e outras formas de arte.
Mas, infelizmente há quem não entenda que estas competências só enriquecem a pessoa, os que os rodeam, afinal, o Mundo. Tu entendes.
Quanto ao poema, também me senti a viver "Um dia...".
Beijinhos

Zita disse...

Presidente, obrigado pelo presente que colocou no seu comentário. Sinceramente agradecida, porque quem me oferece um poema já sabe que me dá parte do meu mundo.
À Graciete, aquele carinho especial, porque é uma mulher que sabe partilhar e que dia a dia vem confirmando isso mesmo.
Em tempos disse por aqui que colocava um poema, já nem sei de que poeta, porque era uma forma de nos mostrarmos enquanto pessoas que crescemos desde os tempos do DCA e que hoje temos gostos, afirmações de personalidade, sabemos brincar, etc.
A verdade é que hoje esta sala está lindíssima (pelo menos para mim) porque as palavras, quando escritas com verdade e sentimento, são enfeites para a nossa alma.
Bem hajam a todos.

Graciete disse...

É verdade Zita que gosto de partilhar. E é apenas e tão somente com este único objectivo, que o faço aqui na "nossa sala", como tu lhe chamas, que com imensa graça acho.
E também li o teu poema várias vezes.
Obrigada pela tua partilha. Enriqueceste-me!

Zita disse...

Graciete, já espreitaste a sala "íntima", mas do Mundo, do nosso Presidente?
Se ainda não foste lá, experimente um dia destes a dar um passeio. Não precisa bater à porta - está sempre aberta. Entras e deliciaste. A sério. Mas não pode ser uma visita rápida. Tem que se ter tempo e dar tempo para que cada palavra se processe na nossa imaginação.
Já agora, Parabéns Presidente.

Graciete disse...

Zita, sim já espreitei. Mas é como tu disses, e também como eu gosto de apreciar, com tempo. É preciso mesmo este tempo para saborear a "sala íntima Presidente".

Unknown disse...

Zita, adorei o teu poema...
bj

Adelaide disse...

Já todos disseram, mas não quero deixar de realçar a beleza do teu poema! Nesta sala, temos que tirar a tampa e deixar escorrer o que nos vai na alma.

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