O conto de Natal que vos trago, apenas tem a pretensão de vos fazer sorrir e de nos unir.
Se o conseguir, ficarei com o meu sorriso, que todos os dias do ano o dou, espontaneamente, a todos, sem excepção, maior e mais rico.
E assim reza :
Maria vivia em S. Miguel, rodeada de mar.
Tudo começou, quando o Anjo Helena Flor de Lima a visitou e, sem rodeios e da forma mais directa possível, lhe anunciou:
- Graciete, foste a escolhida para seres Nossa Senhora.
Ao que esta lhe respondeu:
- Mas porquê eu, que não sou, tão pouco, merecedora de tal!
O anjo depressa retorquiu:
- Porque és protagonista. És uma mulher perigosa (entenda-se no blogue), porque num instante arranjas um enredo. Tanta imaginação que tu tens!
- Meu anjo, não sou uma mulher medrosa. Se é esta a sua vontade, que seja cumprida, esta graça, que espero que tenha graça. E perguntou:
- Mas como poderá isto acontecer, se S. José Solipa está tão longe, em terras do continente, e não o vejo há tantos anos?
Ao que o anjo Helena respondeu:
- Era só tu que não te sabias livrar disto!
- Será então, sem a minha imaginação, tal como aconteceu, sem concepção – frisou Maria.
Quando Maria se preparava para questionar o anjo, este depressa desapareceu, ecoando as seguintes palavras:
- Não ponhas nenhuma fotografia minha no blog. És uma “moce” muito perigosa!
Depois desta anunciação, Maria foi de visita a casa de sua prima Adelaide.
- Tu és bem-aventurada Nossa Senhora, porque acreditaste.
- Prima Adelaide, é verdade, sempre acreditei, mas preciso muito da tua ajuda. Fiquei com um grave problema e não sei como resolvê-lo.
- Diz-me o que tanto te apoquenta que soluciona-se já.
- Não quero, nem por nada deste mundo, carregar em lado nenhum, o bebé que virá a ser o Rei dos Reis. Também para que precisa ele de mim, se já confessou que tinha a mania que tinha o Rei na barriga!
- Maria, o mundo evoluiu e hoje ultrapassa-se este obstáculo muito facilmente. Ele até já deu a solução ao problema!
- Tens toda a razão, prima. Mas sabes o que mais me atormentava? Já está descrito, como será a vida do Menino. E não o vejo a querer esperar para nascer, pois é muito apressado, não quer que lhe diga para ter calma e já o pressinto a querer só rebentar!
Vendo que Maria se encontrava francamente angustiada, sua prima quis aliviar-lhe o sofrimento:
- Mas ele até gosta de estar rodeado de muita gente, de senhoras, bem entendido, de ser o centro do mundo e até já o vejo a falar com os Doutores, quando tiver 12 anos.
- Sabes, se nascesse, seria certamente um prematuro de 1 ou 2 meses - desabafou Maria - e não existem cuidados de neonatologia, em todo o mundo, que o fizessem viver e as profecias do anjo não se iriam concretizar.
- Maria, nada é impossível! Já fiz os meus contactos e irão levar o Menino, que até é Jesus, aonde e quando tu entenderes.
- Não sabes o quanto te estou agradecida, porque o Menino Jesus Malva iria só fazer-me desenhos e mais desenhos! E não estou com vontade alguma de levar material de desenho para ele se entreter. Assim, só aparecerá quando o pai estiver presente. Tem uma admiração enorme por ele, porque o S. José Solipa foi o pioneiro em Portugal, nos arraçoamentos. É o seu ídolo. E até já segue o ofício do pai!
Após esta conversa, Nossa Senhora irradiava alegria e telefonou a S. José.
- Preciso de te contar uma coisa. Vamos ser pais.
Ao que este prontamente respondeu:
- Sempre tive a fama e o proveito. Mas agora uma coisa destas, nunca me tinha acontecido. O que é isto afinal?
Pacientemente, Maria explicou-lhe tudo o que tinha acontecido, concluindo:
- É só agora para o presépio do blog.
Ao que este respondeu:
- Estava já a ficar preocupado. Tu sabes que não tenho jeito nenhum para estas coisas.
Maria, embora confiante, ficou um pouco desolada e desabafou o sucedido com o Rei Rabiçais, ao que este se apressou a dizer:
- Se me quereis, Nossa Senhora, que seja feita a vossa vontade. Estarei, incondicionalmente, ao seu lado, sempre.
- Mas tu não poderás ser S. José – acrescentou Maria. Tens dons, já seguiste a estrela, e até reiteraste que continuarás a persegui-la, e por isso és um Rei Mago.
Todavia, o Rei Rabiçais prosseguiu:
- Mas és a minha Deusa, Maria. E por ti renego todos os dons e títulos da terra, do mar e do além-mar, e tudo o que quereis. Mas pelas palavras que me dizeis, sinto que o destino já está escrito. Rogo-vos, com toda a minha essência, e através das minhas singelas mas sentidas palavras, para que me ordenes o que vos poderei servir, que serão ordens, para mim.
Maria confidenciou-lhe:
- Que não presenteies o Menino. Esta é a minha condição. As ofertas serão para mim. Quero que me tragas pedras preciosas, por exemplo, que até nem custa muito, porque não são muito pesadas! Dou-te a conhecer que o Rei Marques trará o ouro, porque foi num momento de ouro e com pinceladas de ouro que nos concedeu este espaço. E o Rei Neto terá de me oferecer algo que não seja nem incenso, nem mira, pois está completamente “démodé”!
Este conto irá continar!