Não há palavras inventadas
que me valham nesta querença grande,
tão grande,
de te dizer
que a aguarela pintada por ti,
desfez-se na tela,
amortalhou-se no chão,
e nem o livro de Florbela se livrou da inundação!
Tu sabias,
sabias tão bem,
que as lágrimas danam a arte,
atraiçoam as cores:
os verdes ficaram pálidos,
vomitados,
amarelados,
a casa perdeu o telhado,
e o rio, desgraçadamente,
ficou mesmo acinzentado!
Olha, meu amor, não me pintes outro quadro!
(Zita, 2004)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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4 comentários:
Zita, comadre, deixa-os pintar seja com que cores, até porque uma boa lágrima num dia invernoso o poderá tornar numa alegre Primavera. Um bj especial para ti. Gostei!
Um bj mto grande para ti. Ontem estive na tua terra (já é tua terra), mas fui a correr e vim a correr. Quando for com calma havemos de combinar qualquer coisa com as comadres daí.
Bj
Grandessísima....Estiveste cá e não disseste nada....
desnaturada.....
Ó Zita,
ainda não te tinha comentado, mas já lido e relido, e um comentário superficial não merece o teu escrito... e dos outros comentários, dos que és merecedora, desses não me tem saído conforme eu quero. Por isso deixo estas palavras, quase de desespero, nada conformes com a multiplas metáforas incrustadas na ideia que resulta da multipla leitura de ti, naquele momento, neste escrito feito poema sentido.
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